(Foto: Breno Airan) |
Fazer parte do processo criativo de um artista é uma das tarefas mais
improváveis para o espectador comum. Mas com a arte interativa, aliada à
tecnologia, isso muda totalmente.
É o que pode ser visto no Museu Zezito Guedes, situado na Praça Luiz
Pereira Lima, no bairro do Centro, até a noite desta segunda-feira (28).
No local, está havendo a exposição “Corpo: Arte Contato”, realizada
pelo Grupo de Estudos e Pesquisa de arte e Tecnologia Interativa, o
Gep@rti, do Instituto Federal de Alagoas (Ifal).
As peças “Pórtico Sonoro Interativo”; “Fogueira Ancestral”; “Música
na Chapa: Musicalidade Visual”; “Bola Sensível: Bola de Cristal, Onde
Estás que Não Responde?”; “Olhar Sonoro”; e “Aquacore” foram todas
montadas no Espaço de Exposição Permanente.
“É algo bastante técnico – há professores de Biologia, Eletrotécnica e
Informática também envolvidos – e que tem a Arte como pano de fundo. É
um desafio para nós todos fazermos parte desse projeto”, diz o estudante
do Ifal, Ruan Barros, de 17 anos, que está 3º ano do Ensino Médio.
O aluno é um dos tantos envolvidos na mostra, chamados de “artistas
cientistas” pelo professor Judivan Lopes. Ele é o coordenador do
coletivo e está fazendo doutorado justamente nesta área de Artes
Visuais, a envolver arte, tecnologia e interação.
Não à toa o público interage com o que está sendo exposto: um coração
de boi pulsando; luzes se acendendo numa bola de cristal à medida que o
espectador se aproxima dela; as frequências de som formando modelos
aleatórios na areia branca; um “fogo” subindo quando se assopra no
carvão apagado.
Por isso, os estudantes da Escola de Ensino Fundamental Hugo José
Camelo Lima, que fazem o 8º ano, Maxuel Conceição Dantas e Ermerson
Macedo, foram na mostra pela segunda vez.
Ambos de 13 anos de idade, os dois amigos ficaram maravilhados com essa dinâmica entre arte e tecnologia.
“A gente vê essas coisas só na TV e em países distantes. Perceber que
temos gente em Arapiraca fazendo isso é um passo muito bacana. Eu
‘viciei’ nessa porta”, brinca Ermerson, referindo-se ao “Pórtico Sonoro
Interativo” que tem sensores de movimento.
Cada vez que alguém passa ‘por dentro da obra’ algumas notas musicais
soam de imediato no ambiente. Parece magia. Parece uma nova
manifestação de arte cada vez mais perto de nós, em que quem vê também
participa da etapa final. Parece o futuro se moldando no agora.
Por: Ascom Arapiraca