Arapiraca registrou 3846 casos de dengue; problema é agravado com a falta de água
De janeiro a março deste ano, a cidade teve 20 casos
Não bastassem os transtornos causados no dia a dia pela escassez no abastecimento de água, os arapiraquenses precisam estar mais atentos quanto à proliferação do mosquito transmissor da dengue, o Aedes Aegypti. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, 96% dos criadouros do inseto na cidade estão nos reservatórios em nível do solo, ou seja, as cisternas e caixas que os moradores usam para armazenar água.
É o caso da família de Marinês do Nascimento, 35 anos, que mora no Sítio Genipapo, zona rural do município, e está vivendo na pele essa situação. Ela, a filha e a cunhada estão há dias com os sintomas da doença, enquanto o sobrinho já foi confirmado que está cometido pela dengue. “Acho que os mosquitos estão vindo das caixas, mas não posso jogar a água. Eu vou ficar sem água? Não posso”, lamenta a doceira.
A coordenadora de endemias da Secretaria Municipal de Saúde, Soilymar de Oliveira Santana, afirmou que o local não possui uma equipe fixa de agentes de endemia. “Nós temos um grupo volante, que faz a assistência ao local a cada dois meses”, afirmou. Em seguida, ela disse que o índice de contaminação na localidade está baixo de 1%.
Santana alertou às famílias que tomem mais cuidado com os reservatórios. “Após essa chuva, a infestação vai piorar. Outros fatores colaboram, mas em Arapiraca a falta de água acaba agravando a situação”. “A cada dia complica mais o nosso trabalho”, acrescentou a coordenadora.
Apenas no ano passado, Arapiraca registrou 3846 casos de dengue; de janeiro a março deste ano, foram 20 casos. A situação não é alarmante apenas no município, mas em todo o estado. Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), de janeiro até a primeira semana de novembro de 2012, foram registrados 33.078 casos de dengue em Alagoas, contra 11.059 no mesmo período de 2011.
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